Decoração: móveis com um parafuso a mais

O designer italiano Carlo Contin lançou no fim do ano passado uma linha inteira de peças inspiradas em parafusos: são mesas que se encaixam, bancos e até luminárias (como as que ilustram a foto da capa), todas criadas num tom claro de madeira que lembra o trabalho artesanal de pequenas marcenarias. A linha “Avvitamenti” (parafuso, em italiano) ainda não está à venda no Brasil, mas por aqui há outras peças que usam o elemento rosqueado, muitas vezes, para regular a sua altura.

Só o designer Jader Almeida, por exemplo, criou oito modelos que fazem referência a parafusos. O primeiro deles foi o banco Philips, batizado com o nome de um parafuso. Mas, além dele, há outros bancos e mesas, como a “Ring”, que evidenciam a estrutura do móvel sem, contudo, deixar de lado a questão estética. Pelo contrário, laqueadas em cores fortes, essas peças acabam ganhando ar contemporâneo.

— Além de ser uma solução fácil e de baixa manutenção, o parafuso remete a uma estética mais crua, já que é um elemento muito comum na vivência industrial e que fica evidente nessas peças — explica Almeida, que vende seu trabalho na Arquivo Contemporâneo.

 

Do lúdico ao industrial

Mas também é possível encontrar peças tão lúdicas como as de Contin, modelos mais industriais e até vintage. Lançadas pela também italiana Magis, as banquetas “Tom e Jerry” são uma releitura assinada pelo designer alemão Konstantin Grcic da banqueta de oficina com três pernas e assento giratório com ajuste de altura. O nome faz uma referência às alturas dos dois modelos: Tom é o banco mais alto; e Jerry, o mais baixo. Com estrutura de madeira maciça de faia e peças mecânicas em polipropileno colorido, o banco, que é vendido pela Novo Ambiente, pode ser usado ainda como mesinha de apoio para livros ou vasos de planta.

Outra peça que chama atenção é uma réplica das antigas cadeiras de escritório, que tem em sua base a estrutura de rosca e parafuso original e está à venda na loja Rug Hold.

— Estamos num momento de interferências na decoração, em que o industrial se mistura ao vintage. A cadeira é um bom exemplo de móvel que remete ao passado sem deixar de ser atual — diz a empresária Cláudia Carvalho, que garimpou a peça em Pequim.

O estilo industrial a que se refere Cláudia, aliás, está presente em modelos à venda em outra loja, a Velha Bahia. Um deles, giratório, foi feito em aço carbono e tem assento de madeira maciça com pintura automotiva.

Então, escolha o seu e enrosque-se.

Fonte: Morar Bem (O Globo)