O Rio de Janeiro completa 456 anos!

Hoje o Rio de Janeiro completa 456 anos! Sabemos que não é momento para comemorações, devido à pandemia do coronavírus e todas as suas consequências, mas é tempo de refletir sobre tudo que podemos fazer por nossa cidade e pelo bem comum. Os braços abertos do Cristo Redentor nos convidam a superar as dificuldades e construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz.

Cristo Redentor: conheça a história desse monumento

Neste artigo vamos relembrar a história da ocupação no Rio de Janeiro, destacando a Zona Sul e a construção do Cristo Redentor.

Início da Ocupação

A cidade é mencionada oficialmente pela primeira vez quando a segunda expedição exploratória portuguesa, comandada por Gaspar lemos, chegou em Janeiro de 1502, à baía, que o navegador supôs, compreensivelmente, ser a foz de um rio, por conseguinte, dando o nome à região do Rio de Janeiro. Porém só em 1530 a corte portuguesa mandou uma expedição para colonizar a área, em vez de continuar usando-a simplesmente como uma parada em suas aventuras marítimas. Os franceses, por outro lado, tinham estado no Rio de Janeiro e arredores desde o começo do século e estavam dispostos a lutar pelo domínio da região. Em 1560, depois de uma série de batalhas, os franceses foram expulsos do território.

O começo da cidade como tal foi no Morro de São Januário, mais tarde conhecido como Morro do Castelo, e depois na Praça Quinze até hoje centro vital do Rio.

Morro do Castelo - Viagem Ao Passado do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro desenvolveu-se graças à sua vocação natural como porto. Na mesma época em que ouro foi descoberto no Estado de Minas Gerais, no final do século XVII, o Governador do Brasil foi feito Vice-rei. Salvador era capital da colônia, mas a importância crescente do porto do Rio garantiu a transferência da sede do poder para o sul, para a cidade que se tornaria, e ainda é, o centro intelectual e cultural do país.

Em 1808 a família real portuguesa veio para o Rio de Janeiro, refúgio escolhido diante da ameaça de invasão napoleônica. Quando a família real voltou para Portugal e a independência do Brasil foi declarada em 1822, as minas de ouro já haviam sido exauridas e dado lugar a uma outra riqueza: o café.

O crescimento continuou durante quase todo o século XIX, inicialmente na direção norte, para São Cristóvão e Tijuca, e depois na direção da zona sul, passando pela Glória, pelo Flamengo e por Botafogo. Em 1889, a capital do Império assistiu à queda da monarquia. As mudanças políticas seguiram as diretrizes capitalistas. A transição da Monarquia para a República começa em 1889 e só acaba, efetivamente, em 1930. A cidade, com a Proclamação da República, torna-se a capital federal.

Ocupação da Zona Sul

A ocupação da zona sul do Rio de Janeiro se deu de maneira bem tardia. Os primeiros bairros a serem ocupados pela população foram áreas do Centro da cidade: Glória, Lapa e Catete.  

De maneira mais rural, os bairros de Laranjeiras e Botafogo começaram a serem ocupados por famílias possuidoras de grandes chácaras. As ocupações urbanas na região surgiram na metade do século XIX, com os loteamentos e aglomerados urbanos.  

Os bairros do Jardim Botânico e Lagoa, foram ocupados por engenhos de cana, no período de início da colonização nessa parte do país. Esses negócios pertenciam aos primeiros governadores do Rio de Janeiro. A ocupação urbana nesses bairros ocorreu no século XX.

Foram construídos dois túneis que ligou o bairro de Botafogo (Avenida Lauro Sodré) à Copacabana (Avenida Princesa Isabel). As galerias foram feitas em períodos distintos.

O túnel Engenheiro Coelho Cintra, foi iniciado em 1904. Recebeu esse nome em 1937, como homenagem ao responsável pela abertura do túnel. Sendo uma obra do engenheiro Viana da Silva e gestão do prefeito Francisco de Pereira Passos. O túnel foi entregue em março de 1906, como Túnel Carioca. É conhecido popularmente por Túnel do Leme. Este túnel foi alargado em 1941.

Túnel Novo em 1953

Já o túnel Engenheiro Marques Porto, é a segunda parte da galeria do túnel Engenheiro Coelho Cintra, foi iniciado em 1946 e entregue em 1949. Recebeu esse nome, em 1951, e é uma referência ao engenheiro João Gualberto Marques Porto que o projetou.

As duas galerias possuem 250 metros de comprimento e 16 metros de largura.

Essa parte da Zona Sul não era tão frequentada pela população do Rio. Após a construção dos túneis o acesso ao bairro de Copacabana foi facilitado e com isso, houve um grande fluxo de pessoas nessa região. Muitas construções começaram a preencher a paisagem de Copacabana.

Antiga Fazenda Nacional

Nos primórdios da fundação da cidade, o terreno em torno da Lagoa abrigou um engenho de cana de açúcar. O terreno era arrendado por chacareiros que pagavam um aluguel perpétuo. A área foi desapropriada em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, e incorporada ao império como fazendo nacional da lagoa Rodrigo de Freitas.

Rio Antigo - MEMÓRIAS HISTÓRICAS DA LAGOA RODRIGO DE FREITAS - YouTube  

 

Os bairros do Jardim Botânico, Gávea, Leblon e Ipanema tem origem na antiga Fazenda Nacional.

Em 1821, moravam na área da fazenda um pouco mais de duas mil pessoas. A propriedade era essencialmente rural, com plantações de laranja, limão, banana, caju e café. Entre 1810 e 1828 existiu na fazenda nacional uma fábrica de pólvora, responsável por garantir a segurança da coroa. A fábrica foi desativada por conta do rápido crescimento urbano e populacional da região. O portão de entrada existe ainda hoje e dá acesso ao playground do Jardim Botânico.

Cristo Redentor

Tudo começou em 1859, quando o padre lazarista francês Pierre-Marie Boss, da Igreja do Colégio Imaculada Conceição, teve o sonho de construir um monumento religioso no alto do Monte Corcovado, que tem 710 metros de altura. O padre registrou essa ideia no livro “Imitação de Cristo”, de 1903.

A proposta do padre começou a materializar-se nos preparativos para o centenário da Independência do Brasil, celebrado em 1922. Um ano antes foi aberta uma disputa entre os projetos para o monumento. O vencedor foi Heitor da Silva Costa.

Nessa mesma época, mais de 22 mil mulheres fizeram um abaixo-assinado para pedir ao presidente do Brasil da época, Epitácio Pessoa, autorização para a construção do monumento.

A ideia era a de que o Cristo fosse construído apenas com doações dos brasileiros. Com essa finalidade, em 1923, a Arquidiocese do Rio de Janeiro lançou a semana do Monumento, na qual foram arrecadados mil contos de réis. Anos depois, foram feitas novas arrecadações. No total, a construção custou 2.500 contos de reis, o que equivale a R$ 9,5 milhões.

Os criadores do Cristo Redentor são o desenhista Heitor da Silva Costa, o pintor Carlos Oswald e o escultor Maximiliam Paul Landowsky, que esculpiu a cabeça e as mãos do monumento.

O Cristo Redentor encontra-se de braços abertos, formando uma cruz, e tem 38 metros de altura, o que equivale a um edifício de 13 andares. Desse total, 30 metros são do monumento e oito do pedestal. Cada braço tem área de 88 metros quadrados e o pé mede 1,35 metro. Somente a cabeça pesa 30 toneladas.

O monumento foi construído no Brasil, exceto a cabeça e as mãos, que foram moldadas em Paris, na França. O corpo de Cristo foi feito de pedra-sabão, que foi cortada em milhares de triângulos. Eles foram colados à mão sobre um tecido e, depois, aplicados na estátua por pastilheiros.

A única parte projetada para o interior da construção é o coração do Cristo Redentor, que mede 1,30 metro. O interior é composto por 12 platôs, ligados por escadarias, formando andares que se abrem nos braços e na cabeça. O monumento está preparado para resistir a ventos de até 250 km/h.

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O Cristo Redentor foi inaugurado no dia 12 de outubro de 1931 e contou com a presença de peregrinos do mundo todo.

 

Fontes:

O Dia

Brasil Escola