O crescimento do mercado imobiliário durante a pandemia da covid-19

Pode parecer contraditório, mas em meio à crise gerada pela pandemia do COVID-19, o mercado imobiliário ficou mais aquecido. A procura por imóveis aumentou e, com isso, o setor cresceu acelerando a economia brasileira. Como as pessoas começaram a passar mais tempo dentro de seus lares, a busca por casas, terrenos, coberturas e apartamentos com espaços mais amplos aumentou.

Os juros mais baixos e as ofertas maiores do mercado imobiliário fizeram surgir oportunidades para aqueles que decidem investir em um imóvel para ganhar uma renda extra com aluguel, por exemplo.

Confira neste artigo os principais tópicos que favoreceram o crescimento do mercado imobiliário em meio à crise.

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A taxa de juros baixou

O Banco Central do Brasil, com a finalidade de incentivar o consumo e o empréstimo, reduziu a taxa básica de juros (Selic) a 2% ao ano. Essa é uma taxa realmente baixíssima e pouco vista nos últimos anos, segundo o Secovi é a mais baixa já registrada.

Entretanto, ela não é a mesma taxa que encontramos nos bancos. Isso porque junto à taxa básica de juros (Selic), as instituições financeiras somam a ela as taxas de empréstimo ou financiamento. Logo, as taxas nos bancos comerciais vão ser um pouco maiores, mas ainda assim serão consideradas mais baixas do que em anos anteriores, favorecendo a linha de crédito imobiliário.

Outro fenômeno somado a isso é o equilíbrio do preço dos imóveis. Isso significa que o valor dos imóveis não aumentou, eles se mantiveram estáveis em relação ao anterior.

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Surgiram oportunidades na crise

Para os investidores, o momento da crise é muito oportuno. Com a queda na bolsa de valores, investimentos despencando e poupança rendendo quase nada, alguns investidores preferiram algo mais sólido.

A crise impulsionou uma nova perspectiva para o mercado imobiliário trazendo um olhar positivo, despertando o interesse de empresas e investidores.

Os bancos incentivaram as aquisições incluindo custos de cartório ou de transferência do imóvel no financiamento e excluindo alguns pré-requisitos para a concessão do crédito, facilitando a vida dos clientes.

Quem tinha dinheiro para investir, aproveitou a oportunidade para adquirir imóveis, seja para revender ou para alugar com a garantia de um retorno financeiro.

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O setor não deixou de funcionar

Considerado um dos serviços essenciais, o setor de construção civil parou por pouco tempo. O lançamento de imóveis só cresceu no período, oferecendo aos exigentes consumidores uma variedade de propriedades.

As incorporadoras, muito confiantes, colocaram novos empreendimentos no mercado. Só em São Paulo 973 autorizações para construções de novos empreendimentos foram concedidas entre setembro de 2019 e setembro de 2020.

Especialistas defendem a ideia de que o setor da construção civil foi um dos destaques da pandemia, sendo ele um importante termômetro econômico.

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Home office

Uma característica dessa pandemia é o trabalho home office, os estudos online, exercícios físicos na própria residência. Isso porque a situação do distanciamento social impôs às pessoas que permanecessem por mais tempo dentro de suas casas, fazendo com que elas fossem em busca de imóveis mais amplos, com mais cômodos, espaços de trabalho e lazer para atender à necessidade de toda a família.

As construtoras passaram a olhar essas oportunidades para oferecer o que tinha de melhor ao cliente e valorizar o imóvel.

Acredita-se que a tendência do home office continue no pós-pandemia. O modelo tem dado certo e algumas empresas já afirmam que continuarão adotando o regime home office mesmo depois.

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Incentivos de programas sociais

No meio da crise causada pela pandemia do COVID-19, o programa Minha Casa, Minha Vida foi adaptado para Casa Verde e Amarela.

Esse programa de incentivo na área habitacional ajuda famílias a financiarem a construção e pequenas reformas de residências. Podem participar dele famílias com renda de até R$ 7 mil mensais que residam na área urbana ou famílias com renda até R$ 84 mil reais de renda anual que residam na área rural.

Os programas sociais de incentivo à aquisição da casa própria sempre movimentam o setor imobiliário. Durante a crise, várias construtoras e incorporadoras viram a possibilidade de aderir ao programa e obtiveram o parecer positivo para oferecer essa linha de imóveis ao perfil de cliente específico.

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Variedades de imóveis à disposição

Até pouco tempo atrás, as pessoas estavam em busca de imóveis mais compactos. Como a maioria das pessoas passava o dia fora de casa, a necessidade era apenas um local para descansar e fazer as refeições. No entanto, tudo isso mudou com o distanciamento social e muitos daqueles que estavam adiando a compra ou troca de imóvel se viram obrigados a fazer essa mudança.

E a busca durante a crise foi pelos mais diversos tipos de imóveis, desde a casa própria, apartamento mais amplo, residencial longe dos grandes centros até salas comerciais. Vemos pessoas adquirindo a casa própria, trocando de casa e investidores aproveitando o momento para aumentar seu leque de imóveis.

Com tudo isso sabe-se que a compra da casa própria vai continuar acontecendo. Essa é uma demanda constante e crescente. Assim como, as pessoas vão continuar valorizando um espaço próprio para residir, trabalhar e estudar.

Esse mercado está controlado, mas claro que depende do incentivo de programas e juros mais baixos para fomentar ainda mais o setor, fator que uniu o útil ao agradável durante a crise e favoreceu muitas pessoas.

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