Mercado imobiliário da Flórida mira ricaços brasileiros

Condomínio com marina privativa caiu na graça dos brasileiros Foto: Divulgação

Condomínio com marina privativa caiu na graça dos brasileiros (Foto: Divulgação)

Com apartamentos custando a partir de US$ 1,5 milhão (R$ 4,7 milhões), 60% das unidades do Marina Palms Yacht Club & Residences, em Miami, foram vendidas para clientes do Brasil — o piloto de Fórmula Indy Helio Castroneves é um deles.

A estratégia das incorporadoras foi personalizar: criar plantas que satisfaçam as necessidades das famílias brasileiras, explica George Helmstetter, presidente do The DevStar Group, responsável pela construção.

— Nos últimos 12 meses, começamos a ver uma demanda de clientes procurando apartamentos maiores, de três ou quatro dormitórios, para viver em tempo integral. Criamos uma linha de apartamentos com mais espaço e flexibilidade. Eles têm cerca de 260 m², com áreas expansivas para as famílias brasileiras, que costumam ser maiores ou incluir outros membros, como avós ou uma babá, por exemplo.

Ele acrescenta que muitos proprietários planejam estabelecer apenas parte da família na Flórida.

— Também temos visto clientes em que um membro da família continua mantendo negócios no Brasil, mas está estabelecendo uma segunda residência [nos EUA] e geralmente a mãe e as crianças pretendem morar aqui em tempo integral.

A preferência dos brasileiros por imóveis de alto padrão aparece em dados da Miami Association of Realtors (associação de corretores). Em 2014, eles representaram 11% de todos os negócios imobiliários internacionais no sul da Flórida. Enquanto estrangeiros que compram naquela área gastam em média US$ 444 mil (R$ 1,4 milhão) por propriedade, os clientes do Brasil desembolsam cerca de US$ 495 mil (R$ 1,6 milhão).

Partiu Miami! Por que tantos brasileiros estão se mudando para lá?

A corretora Rejane de Paula, da In Miami Properties, vai além e diz que eles são “bem exigentes” e costumam gastar bem mais.

— O público brasileiro foi o que mais comprou imóvel acima de US$ 1 milhão. Imóveis a partir de US$ 500 mil são os que agradam o brasileiro. Muitos deles pagam à vista, mas também há financiamentos com juros em torno de 4% ao ano e dependendo do cliente, tem bancos que cobram 1%.

O mercado imobiliário no sul da Flórida enfrentou uma fase de preços baixos entre 2009 e 2011. Porém, o valor médio das propriedades subiu mais de 100% de lá para cá — de US$ 109 mil para US$ 240 mil. Isso fez uma parte da classe média desistir do negócio e procurar lugares mais baratos, como Orlando, por exemplo, onde o m² chega a custar metade desse valor.

Quem tem dinheiro se preocupa em ter o imóvel ideal, mesmo que custe um pouco mais. Opções para atrair essa fatia do mercado não faltam. Desde 2011, foram lançadas 340 novas torres, colocando no mercado mais de 44 mil unidades no sul da Flórida.

Mesmo com imóveis subindo de preço, há indícios de que ricos do Brasil continuam bastante interessados na região. Dados divulgados pela Miami Realtors em abril, referentes ao tráfego na internet, mostram que brasileiros são os que mais procuram informações sobre propriedades na região.

Brickell City Centre reúne shopping, hotel e residências Foto: Divulgação

Brickell City Centre reúne shopping, hotel e residências (Foto: Divulgação)

Um dos grandes lançamentos é o Brickell City Centre. Para atrair compradores do Brasil, o empreendimento tem até site em português. Os preços começam em US$ 600 mil (R$ 1,9 milhão). Localizado na região central da cidade, o complexo inclui um shopping na porta de casa e hotel.

Na parte residencial, há piscina com serviço de bar, spa, academia, biblioteca, além de wi-fi no lobby e nas áreas de lazer. As unidades são entregues com acabamento (incluem até pisos em mármore) e opções de móveis e eletrodomésticos de primeira linha.

As milhares de opções de apartamentos e casas fazem os corretores focarem cada vez mais nos endinheirados da América Latina. Recentemente, Rejane de Paula e a sócia Fabiana Santamaria, da In Miami Properties, estiveram em São Paulo para um evento na Casa Cor.

O momento não podia ser melhor para fisgar clientes. Se antes o negócio era para INVESTIR, agora os brasileiros estão despertando mais interesse pela vida nos Estados Unidos.

Fonte: Portal R7