História de São Conrado

São Conrado juntamente com a Barra da Tijuca, é um dos poucos bairros realmente novos do Rio de Janeiro, sendo também um dos endereços mais caros da orla do Rio de Janeiro. Devido à sua localização afastada dos principais polos turísticos, a praia é muito pouco movimentada nos dias de semana, assim como os quiosques e bares da orla.

Resenha histórica do bairro

A maioria dos bairros do Rio, bairros cujo povoamento vem desde os tempos coloniais, passaram por inúmeras transformações. Allguns deles, com o decorrer das dezenas e centenas de anos de existência foram totalmente descaracterizados em termos de arquitetura, tendo quase a totalidade do antigo casario sido reposto por novas construções e edifícios multifamiliares de apartamentos.

O bairro de São Conrado é um bairro relativamente novo, e não passou por processos de demolição gradual e reconstrução como aconteceu com vários outros bairros. As intervenções humanas e transformações que o local tem sofrido são recentes, datando do início do século 20

A Praia de São Conrado antigamente era chamada de Praia da Gávea, exatamente por estar situada aos pés do enorme rochedo de pedra que predomina na paisagem montanhosa da região.

A primeira ocupação do local, ocorreu ainda nos tempos coloniais, tendo aquelas terras pertencido à Salvador Correia de Sá e Benavides, um dos governadores da Cidade do Rio de Janeiro. Na verdade, para evitar confusão, deve-se salientar que este governador foi neto do primeiro Governador Salvador Correia de Sá.

No século 17, a família proprietária das terras fazia o cultivo da cana de açúcar, na área onde existe um antigo casarão erguido no por volta de 1750, afastado da praia, ficando do outro lado da atual auto estrada Lagoa-Barra. É neste antigo casarão, que fica hoje em dia a chamada “Villa Riso”, uma casa de arte, cultura e promoção de sofisticados eventos sociais.

Esta grande casa grande, erguida no local por volta de 1750, tinha fim de abrigar a sede da fazenda “São José da Alagoinha da Gávea”, que tinha grande extensão, indo da Gávea até Jacarepaguá e Tijuca.

No século 19, grande parte destas terras passaram a pertencer a um Senador chamado José Pedro Dias de Carvalho, e posteriormente foi adquirida por Antonio Ferreira Viana, Conselheiro Imperial de D. Pedro II, e Ministro da Justiça do então Segundo Reinado.Nesta época as terras já haviam side desmembradas.

Ferreira Viana transformou a casa em local de repouso e veraneio e ao seu tempo recebeu os mais ilustres hóspedes, tendo sido D.Pedro II um deles, que lá inclusive plantou cinco das 6 palmeiras imperiais que estão no local. E foi nesta casa que seu proprietário, Viana redigiu a Lei Àurea.

Certamente nos tempos coloniais e também até o final do século 19, o acesso ao local era feito pelo mar através de embarcações, já que até bairros como Botafogo também tinham sua comunicação com o centro da cidade através de barcos de vários tipos naquela época.

Sobre a Av. Niemeyer e Auto Estrada-Lagoa Barra

No ano de 1912, um Professor chamado Charles Armstrong era diretor de um Colégio situado na Chácara do Vidigal. O professor resolveu então construir uma estrada de 1 km, com o intuito de facilitar o acesso à escola. Para construir a estrada ele aproveitou o trajeto de uma antiga ferrovia abandonada.

Durante o breve governo do Presidente Delfim Moreira, em 1919, a estrada foi alargada e prolongada pelo então Prefeito Paulo de Frontin. A estrada passou a se chamar Avenida Niemeyer em homenagem à um Comendador chamado Conrado Jabob Niemeyer que teria doado terras vizinhas à Prefeitura do Rio.

A auto estrada Lagoa-Barra que corta o bairro, vem da Lagoa, inciando-se ao lado da PUC (Pontifícia Universidade Católica) na Gávea. A estrada foi construída na segunda metade da década de 1970, e para acessar São Conrado a via passa sob o Morro Dois Irmãos, em um túnel que leva o nome do morro.

Com a construção da estrada Lagoa-Barra, o acesso à São Conrado e Barra da Tijuca foi bastante facilitado e viabilizado de forma rápido. Com a construção desta estrada veio a grande ocupação dos bairros da Barra da Tijuca e São Conrado. Nos anos de 1970, muitas das vias da Barra da Tijuca ainda não tinham a aparência atual, muitas delas não tendo passeios e calçadas demarcadas pela Prefeitura, inclusive na orla marítima.

Atrações do Bairro de São Conrado

Entre as atrações de beleza natural do bairro estão a Praia de São Conrado com a bela vista do mar e alguns arquipélagos, a Pedra da Gávea, montanhas circundades e a Av. Niemeyer que é utilizado por quem prefere vir pelo caminho do Leblon, tendo uma linda vista para a costa do mar.

Antes da existência da estrada Lagoa-Barra que é a principal via de acesso, já existia a Avenida Niemeyer rodeando o litoral, e as sinuosas e estreitas Estrada das Canoas, a Estrada do Joá, que sobem as montanhas em direção ao Alto da Boa Vista com belas vistas das matas, arredores montanhosos e partes da cidade. Existia também a Avenida Prefeito Mendes de Moraes.

Gávea Golf Club situa-se num área próxima ao mar, que foi adquirida em 1921 por herdeiros de Ferreira Viana, aristocráticos admiradores deste esporte.

Situa-se também na Praia de São Conrado o Club de Voo Livre, onde são agendados os vôos duplos de asa-delta que também pousam no mesmo local, sendo uma atração à parte ver os pilotos com seus passageiros pairarem e voarem sob o mar e em torno do rochedo da Pedra da Gávea e depois pousarem suavemente na praia. Os pousos são feitos na faixa de areia que fica de frente para uma pracinha, chamada Pepê Lopes, ao final da Praia de São Conrado indo em direção à Barra da Tijuca.

O local de lançamento dos pilotos de asa-delta e seus passageiros é na Pedra Bonita bem próxima à Pedra da Gávea.

O bairro conta também com um Shopping Center sofisticado, o Fashion Mall, voltado entre outras coisas para o consumo de artigos de luxo e para um público um tanto sofisticado.

A “Villa Riso” é uma casa de arte, cultura que se dedica a promoção de sofisticados eventos sociais, e foi mencionada anteriormente mais acima. Trata-se de um casarão originalmente construído por volta de 1750 para sede de uma fazenda. Em 1932 a casa foi adquirida por um comendador Italiano, Osvaldo Riso. O Comendador Riso era um homem ligado às artes e à música, e em sua casa ele promovia saraus, concertos e exposições. Na década de 1980, Cesarina Riso, filha do comendador volta ao Brasil e decide dar à casa o uso de centro cultural e local de reuniões sociais muito sofisticado com grande qualidade de serviços. A casa então passou a se chamar Villa Riso.

A Aparência do Bairro em 2010 e Moradores Ilustres

Com a construção da estada Lagoa-Barra na segunda metade da década de 1970, São Conrado ganhou novo impulso, e se tornou alvo da especulação imobiliária e construção civil voltada para um público de maior poder aquisitivo, principalmente na orla com vista para o mar.

O local passou a sediar grandes condomínios de luxo, com uma das taxas de IPTU (imposto territorial urbano) mais altas. Entre os ilustres moradores e ex-moradores de São Conrado estão o ex-Presidente João Batista de Figueiredo, o ex-Governador do Estado do Rio Marcelo Alencar e o ex-Prefeito Cesar Maia.

Entretanto, na parte do do bairro de São Conrado que se inicia perto do Túnel Dois Irmãos, um pouco afastado da faixa de areia, existe um grande contraste social. De um lado da estrada Lagoa-Barra fica a Comunidade da Rocinha, antigamente chamada de Favela da Rocinha, que é possivelmente a maior favela do Rio.

O constaste social e proximidade da favela já ocasional a transformação de um hotel que ficava do lado do Túnel Dois Irmãos em outro tipo de utilização, assim como talvez tenha contribuído para o fechamento do Hotel Nacional, que também foi fechado na década de 1990.

Entretanto o Governo Federal e Estadual, à partir dos anos de 2005, tem investido bastante na melhoria da comunidade da Rocinha, e desde a década de 1990 a comunidade já era muito movimentada, contando com linhas de ônibus e muitas lojas de comércio em sua principal via.